Home » Ômega 3: como saber se é bom
O Ômega 3 é, com certeza, o suplemento alimentar mais usado no mundo e existe uma variedade enorme de tipos, marcas e apresentações. Com isso, surgem muitas dúvidas e “mitos” para testar a qualidade do ômega 3. Em primeiro lugar, é importante saber que ele não é uma substância, mas, sim, o nome dado a três ácidos graxos poli-insaturados: o ácido alfa linolênico (ALA), ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosahexaenoico (DHA). O primeiro encontrado em alguns vegetais e os dois últimos em peixes e crustáceos.
No post de hoje não irei focar nos benefícios do uso desse suplemento, se quiser saber mais sobre o assunto aqui temos uma série de posts falando sobre o assunto e como a sua ingestão ajuda na manutenção e recuperação da saúde. O objetivo aqui é desmistificar algumas afirmações que estão se tornando muito comuns quando o assunto é o ômega 3. Vamos lá!
NÃO. O que importa no ômega 3 é a sua concentração presente em cada cápsula. A maioria dos produtos encontrados no mercado são óleo de peixe ricos em ômega 3 eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA). Esses dois são de origem animal e realmente estão presentes em maior quantidade em peixes de águas profundas, porém quando encapsulado não importa a origem e, sim, a concentração por cápsula (verifique sempre na tabela nutricional).
Ocorre que na, maioria das vezes, os ômega 3 mais concentrados têm sua origem em óleo de peixes de águas profundas por ser a forma mais barata de obtê-lo de forma mais concentrada. Existem processos que podem “aumentar essa concentração”, mas são processos caros.
SIM. Se você tiver algum ômega 3 que não seja livre de metais pesados, definitivamente ele é um produto falsificado e sem registro. “A presença de metais pesados em medicamentos, suplementos e alimentos é proibida no Brasil e por isso é um crime”, dessa forma, não ter metais pesados não é um benefício, mas uma obrigação do fabricante. Caso contrário, seu produto é ilegal e um crime contra a saúde pública.
NÃO. E por mais de um motivo. Em primeiro lugar porque o ponto de fusão do ômega 3 puro é de -11ºC, ou seja, em temperaturas inferiores a essa, ele congela. Lembrando que, como qualquer substância isso acontece aos poucos. Um congelador doméstico normalmente atinge uma temperatura média de -6ºC enquanto que um freezer atinge, em média, -20ºC, sendo assim, em um freezer um ômega 3 irá congelar e em um congelador convencional não? Nem sempre, já que as temperaturas podem variar e ele pode congelar nos dois.
Outra situação é que normalmente os testes são feitos retirando-se o conteúdo das cápsulas e colocando sobre um pires ou tigela. Aí entra novamente a física com uma coisa chamada tensão superficial, em que camadas mais finas de um mesmo líquido congelam mais facilmente que camadas mais grossas.
A velha e boa pesquisa.
Avalie se a empresa de quem está comprando é idônea e se o produto tem registro junto à ANVISA e, por último e mais importante, avaliar a tabela nutricional para saber qual a concentração de EPA e DHA por cápsula. A diferença entre 99% dos Ômega 3 está aí.
Autor: Fábio Queiroz
Farmacêutico
CRF/PR: 12996